SEMEEC promove Visita Pedagógica a Escolas Indígenas de Tefé, Fortalecendo a Educação e a Identidade Cultural

Durante as visitas, foram realizadas reuniões disciplinares com cada professor, seguidas por uma reunião geral...

Durante as visitas, foram realizadas reuniões disciplinares com cada professor, seguidas por uma reunião geral com a equipe pedagógica e administrativa de cada escola

Durante a semana de 14 a 18 de agosto, a Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura (SEMEEC) de Tefé, Amazonas, realizou uma visita pedagógica e administrativa a quatro Escolas Municipais Indígenas. As escolas Arca de Noé (Barreira de Cima), Padre Augusto Cabroliê (Barreira do Meio – Aldeia Betel), Santa Cruz (Barreira de Baixo – Aldeia Nova Esperança) e Leodona Marinho (Aldeia Patauá), localizadas na estrada da Agrovila/EMADE, foram os locais de foco desta ação educacional.

No contexto da retomada das atividades pós-pandemia, o ano de 2022 representou um período de mudanças significativas para as escolas indígenas de Tefé. As visitas coordenadas pela SEMEEC às aldeias proporcionaram um entendimento realista das necessidades educacionais, evidenciando questões críticas e a urgência de direcionamento pedagógico e administrativo. Entre as situações identificadas, destaca-se a falta de documentos essenciais para a orientação das atividades escolares.

Com a missão de apoiar os professores e proporcionar ferramentas atualizadas de acordo com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Referencial Curricular da Amazônia (RCA), a equipe da SEMEEC implementou uma abordagem educacional que promove a organização curricular e pedagógica. Isso incluiu a utilização de organizadores curriculares, sequências didáticas e outros recursos necessários para aprimorar a qualidade do ensino e da aprendizagem.

De acordo com a BNCC, a educação escolar indígena deve ser intercultural e bilíngue, respeitando e fortalecendo as identidades étnicas, línguas e saberes tradicionais. A SEMEEC abraçou esse princípio, buscando não apenas transmitir conhecimento, mas também reforçar a cultura e a história das comunidades indígenas locais.

Durante as visitas, foram realizadas reuniões disciplinares com cada professor, seguidas por uma reunião geral com a equipe pedagógica e administrativa de cada escola. O objetivo era compreender as mudanças ocorridas entre 2022 e 2023 e avaliar o progresso dos alunos por meio de testes diagnósticos. Os resultados revelaram melhorias no bilinguismo materno-indígena e a presença de diversos materiais didáticos trabalhados nas disciplinas.

Sob a liderança da Prof.ª MsC Janete Ploia, responsável pela Coordenação Executiva Pedagógica da Zona Rural, a equipe inclui professores especializados em diversas disciplinas, como Língua Portuguesa (Antônio Dias e Ingride Gomes), Língua Inglesa (Elke Silvino), Matemática (Silvia Vieira), História (Elane Cristina Araújo e Laísse Wládia), Geografia (Raquinelde Costa), Educação Infantil (Jucineide Queiroz), Educação do 1º ao 5º ano (Rui Carneiro), Atendimento Educacional Especializado – AEE (Maria José Oliveira), Assistente Pedagógica da Zona Rural (Maria Eneida Araújo), Educação do Campo, das Águas e Floresta (Gerlane Gonçalves), EJA (Eliane Carvalho), Educação Física, (Jayran Raimundo Correa) e Educação Indígena (Mario Jorge Moraes, Genivaldo Bastos e Francisco Balieiro). A colaboração multidisciplinar foi fundamental para atender às demandas complexas das escolas indígenas.

É fundamental ressaltar que essas visitas não apenas alinharam e fortaleceram a proposta pedagógica das escolas, mas também contribuíram para uma maior compreensão cultural e aprimoramento contínuo do ensino. Essas ações estão alinhadas com a visão do educador Paulo Freire, que destacou a importância da Educação do Campo como um meio para melhorar as condições de vida e promover uma educação fundamentada na Pedagogia do Oprimido.

As quatro comunidades visitadas são formadas por povos originários, mantendo suas tradições, costumes e etnias dentro do rico bioma amazônico. A SEMEEC, por meio dessas iniciativas, fortalece a educação indígena, contribuindo para a preservação da identidade cultural e a formação de cidadãos conscientes e engajados em sua realidade local e global.